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Agonia de Um Rio
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Centro de Tradições Gáucha de Uberaba - MG

Cultura Nativa



Poesia: Agonias de Um Rio



Velho rio que certo dia
Serviu de praia p'ra mim.
Velho rio que está no fim
Atirado ao abandono.
Quantas noites perco o sono
Pensando na ingratidão,
Pois a tal poluição
Já te desbanca do trono.

Velho rio que ainda reflete
O mais lindo pôr-do-sol,
Lembro um caniço, um anzol
E eu pescando pintado,
Velho rio, que no passado
Era largo, era bonito.
Mas que depois aos pouquitos
Foste ficando apertado.

Velho rio que sempre foi
Orgulho do bom gaúcho.
Velho rio que deu-se ao luxo
De ver crescer ao teu lado,
A Capital do Estado
Com um progresso crescente
Também vizinho de frente
Guaíba tem prosperado.

Velho rio, quanta saudade
Que dor que meu peito sente.
Por que será que esta gente
Não pára para pensar?
Que não dá mais para agüentar
Esta injusta covardia,
Ao notar que a cada dia
Alguém manda te aterrar.

Pois de aterro em aterro
Já mudaram o teu leito,
E agora querem um jeito
Para curar a ferida
Do propalado inseticida
Nas lavouras aplicado,
Pois água contaminada
Não faz bem p'ra nossa vida.

Se tu pudesses falar
Tu dirias com certeza:
- De que adianta riqueza
Para uma cidade que cresce,
Se a população esquece
Entre a farra e a bebida
Que a água fonte da vida
Aos poucos desaparece.

É, velho Guaíba estuário,
Teus dias estão no fim!
E eu sinto que seja assim
Que o velho rio vá morrer,
Pois não posso entender
O que será de uma comunidade
Vivendo numa cidade
Sem água para beber...



Autor: Albeni Carmo de oliveira










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